O autor Carlos Ruiz Zafón é conhecido por seus livros cheios de mistérios {que geralmente são resolvidos}, personagens cativantes que sempre acabam nos conquistando à primeira descrição, além de sempre buscar um lado novo e enigmático de Barcelona, sua cidade natal.

“De livros malditos, do homem que os escreveu, de uma personagem que se escapou das paginas de um romance para queimar, de uma traição e de uma amizade perdida. É uma história de amor, de ódio e dos sonhos que vivem na sombra do vento”. 


A Sombra do Vento não poderia ser diferente, nele conhecemos Daniel Sempère, e logo nos comovemos com a história do menino órfão que não consegue lembrar do rosto da mãe. Também nos encantamos com o jeito super divertido de Firmín, e todas as ‘sacadas’ certeiras do personagem. O velho Sempère também é daqueles personagens que nos comovem, embora ele não seja tão participativo depois do começo do livro, seu amor pelos livros e pelo seu filho chegam aos nossos corações. Carax, o grande mistério do livro, é daqueles que plantam a dúvida, até o final não sabemos se ele é bom ou ruim. E por fim, disputando o titulo de meu personagem preferido com Firmín temos Miguel, o amigo fiel, que não tem muito destaque, mas que sacrifica uma vida para proteger a de Carax.

“Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele”.

Zafón é daqueles que nos permite seguir duas linhas de histórias paralelas (algo que também acontece em Marian, e é recorrente dos livros do autor) uma no passado, a de Julian Carax e outra no presente, Daniel Sempère, cada uma com suas tramas singulares, poéticas, com um humor leve e certeiro e sentimentos palpáveis. Mas é quando essas duas narrativas se tocam, que a mágica acontece.

“É curioso como julgamos os outros e não nos apercebemos do que há de miserável do nosso desdém a não ser quando nos falam, a não ser quando no-los tiram. Tiram-no-los porque nunca foram nossos…”
De forma crua e às vezes até sombria, o autor nos conta um pouco sobre os bastidores da Guerra Civil. Ele não poupa anarquistas, comunistas ou fascistas, transformando a todos em um eterno ponto de interrogação. Enfim, ler um romance de Zafón é mergulhar de cabeça em histórias onde não há um momento de monotonia, onde cada detalhe é contado com beleza e maestria.

“Naqueles dias aprendi que nada mete mais medo do que um herói que vive para contar, para contar o que todos os que caíram ao seu lado nunca poderão contar.”


O que mais gostei: Das linhas paralelas onde as histórias do Daniel e do Julian são contadas. Deixando a narrativa com um toque diferente, cheio de mistério, característicos dos livros do Zafón.


O que não gostei: Que o livro acabou em menos de três dias. Não conseguia parar de ler.

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