Como seria se soubéssemos o que
o amanhã nos reserva?
Saber o futuro sempre foi um
desejo humano, cartomantes, videntes, signos. Sempre procuramos um modo de
tentar determinar o nosso futuro, mas e se tivéssemos um diário que nos
contasse o dia de amanhã, será que realmente iriamos querer saber? E ainda,
seríamos capazes de muda-lo?
O Livro do Amanhã nos traz essas
perguntas à mente. Narrado pela personagem principal: Tamara - que é um tanto mimada – o livro fala sobre arrependimento,
mudanças e principalmente nos mostra a importância de darmos valor ao que
temos.
A história começa quando Tamara
perde o pai repentinamente, tem que abandonar a vida de luxo que levava e vai
morar com a mãe na casa tio em uma cidade do interior. Lá, sem ter muito o que
fazer (e reclamando de tudo) ela busca algum conforto em uma biblioteca
itinerante, onde encontra um diário de couro, lacrado. Depois de conseguir a
chave para abri-lo o livro começa a mostrar o que o amanhã reserva.
Quando tudo acontece exatamente
como o livro previa, ela percebe que pode mudar seu destino. Será?
“Perdi meu pai.
Ele perdeu seus amanhãs e eu perdi todos os nossos amanhãs
juntos.
Agora, pode-se dizer
que os aprecio quando chegam.
Agora, quero torná-los o melhor que puderem ser.”
Sobre os personagens
Tamara: Uma menina mimada e mal agradecida, que aos 16 anos perde a
vida de luxo. Tentar uma ligação com essa personagem é bem difícil nas
primeiras 150 paginas do livro. Mas nos mostra que nem sempre é assim tão
chata, ela tem seus momentos engraçados.
Irmã Ignatius: Uma freira não puritana, ela é sem dúvidas meu
personagem predileto. Tem um humor alegre e tenta a toda hora fazer Tamara
entender o que realmente importa.
Rosaleen: No começo ela é apenas uma maluca com TOC, mas quando o
livro ganha ritmo ela mostra toda a amargura e ressentimento que escondeu por
muito tempo.
Artur: Um homem humilde e de bom coração abre a porta de sua casa
para receber a irmã e a sobrinha. No começo achei o personagem sem sal, mas ele
tem certo carisma e vai te conquistando com suas poucas, mas boas falas.
"Sempre me lembro de
como me senti atraída àquele livro na biblioteca itinerante,
quase como se estivesse ali apenas para mim, naquele dia. Acho que a maioria
das pessoas entra nas livrarias sem a menor ideia do que querem comprar. De
algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas
os escolham. A pessoa certa para o livro certo. Parece que já sabem de qual
vida precisam fazer parte, em qual delas podem fazer diferença ou podem ensinar
uma lição, pôr um sorriso no rosto no momento preciso. Penso em livros de modo
muito diferente agora.”
O que mais gostei
Minha parte favorita do livro sem
dúvida são as ruínas do castelo. Cecelia cria uma áurea mágica em torno dele e
sua história vai sendo contada ao decorrer do livro. Achei lindo!
O que não gostei
O livro demora a ganhar ritmo,
mas depois da metade ganha um novo folego. Também senti falta da história do
livro do amanhã, ficou no ar, sem origem ou explicação para o livro.